sábado, 31 de maio de 2008

Ciclo de Criação Imperfeita, na Livraria Barata


Realiza-se no próximo dia 5 de Junho, quinta-feira, pelas 18h 30m, na Livraria Barata, Avenida de Roma, nº 11-A, em Lisboa, a apresentação do livro de poesia Ciclo de Criação Imperfeita da escritora e romancista histórica Seomara da Veiga Ferreira. A autora, nascida em Lisboa, é licenciada em Ciências Históricas pela Universidade de Lisboa, tendo-se dedicado à Etnografia, à História e à Arqueologia, é membro da Direcção da Associação de Estudos Arqueológicos e Etnológicos, antigo Centro piloto de Arqueologia, tendo vasta bibliografia nesses temas.
Do ponto de vista literário, tem-se dedicado à publicação de romances históricos, na Editorial Presença. Entre 1993 e 2007, publicou Memórias de Agripina, que recebeu o Prémio Eça de Queiroz de Literatura da Câmara Municipal de Lisboa, em 1993; A Crónica Esquecida d’El-rei D. João II, ao qual foi, por unanimidade, atribuído o Prémio de Prosa e Ficção Eça de Queiroz de Literatura, em 1995; Leonor Teles ou o Canto da Salamandra; Vieira, o Fogo e a Rosa e Inês de Castro - A Estalagem dos Assombros, tendo, no prelo, outro romance que se situa na Roma Imperial.
Foi coautora de um programa para a RTP Os Romanos entre nós.
Iniciou a sua carreira literária com a publicação de poesia, na Folha Literária do Jornal O Século.
A presente obra será apresentada pela escritora e jornalista Maria Teresa Horta. Haverá leitura de poemas pela actriz Isabel Wolmar.

terça-feira, 27 de maio de 2008

"Ciclo de Criação Imperfeita"

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«Estrelas Mínimas» de Fernando Castro Branco, no Auditório Paulo Quintela - Bragança


No próximo dia 29 de Maio, pelas 21horas, o auditório Paulo Quintela em Bragança será Palco para a apresentação do livro “Estrelas Mínimas”, de Fernando de Castro Branco.
"Estrelas Mínimas", quarto livro de poesia de Fernando de Castro Branco, é uma obra que se abastece em memórias, afectos, lugares, gentes. Poemas que partem de uma genuína emoção estética, sem que em algum momento isso possa conflituar com o essencial trabalho sobre a linguagem que deverá ser sempre o fundamento de qualquer poesia que se preze.
Livro depurado, e despojado, em relação ao arsenal retórico que foi apanágio dos livros anteriores do autor, não deixa de funcionar como um testemunho, e uma denúncia, em relação à decadência e à ruína de um mundo rural em acentuado estado de erosão e desertificação, completamente ostracizado por esses ventos ditos do progresso, das novas tecnologias, da vertigem de uma ideia de modernidade materialista, urbana, centralizadora, burocrata, inculta.
Livro melancólico, eivado da pós-moderna consciência infeliz, reunindo essas "estrelas mínimas" que ainda resistem na sua luz cadente, que a qualquer momento estão na iminência de regressar à nebulosa inicial, ou, quiçá, ainda possam ressurgir com um brilho inesperado.

«Dez anos de solidão» de Daniel Gonçalves, na Feira do Livro de Ponte da Barca


A noite do dia 19 de Maio na Feira do Livro de Ponte da Barca teve como mote «Dez anos de solidão», de Daniel Gonçalves. A obra foi apresentada pelo escritor e poeta Pompeu Miguel Martins.
Do momento ficou-nos mais um instante entre amigos, da literatura e da poesia em especial. Com parte da família Labirinto reunida em torno de Daniel Gonçalves e do seu cântico do silêncio que é "Dez anos de solidão", associamo-nos às tranquilas águas do Lima no seu percurso silencioso em direcção ao encontro do mar.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

"As Vindimas da Noite" de Maria do Sameiro Barroso

Realizou-se, no passado dia 11 de Maio, no Salão Nobre do Museu de Arqueologia, em Belém, Lisboa, o lançamento do novo livro de poesia de Maria do Sameiro Barroso. Após a saudação de boas-vindas, feita pelo Dr. Luís Raposo, Director do Museu Nacional de Arqueologia e da introdução do Editor, João Artur Pinto, a primeira parte do evento foi preenchida por música de compositores ibéricos, brilhantemente executada por elementos da Academia José Atalaya, cujo programa reproduzimos. Seguiu-se a apresentação do livro Método para Guitarra de Fernando Sor, em tradução para castelhano de Eduardo Baranzano e Ricardo Barceló.
Na segunda parte, foi apresentado o livro de poesia "As Vindimas da Noite" de Maria do Sameiro Barroso. Este é o terceiro livro editado por esta autora sob a chancela da Editora Labirinto, que integra o Conselho Editorial da Editora desde 2006. A apresentar a obra esteve Luís Filipe Pereira, autor do posfácio. A leitura dos poemas esteve a cargo da actriz Isabel Wolmar. A sessão foi encerrada pela autora que abordou informalmente as suas relações com o mundo, a vida, os seus leitores e o universo da sua poesia. Na fotografia, podemos ver, da esquerda para a direita, Isabel Wolmar, João Artur Pinto, Presidente da Editora, Luís Filipe Pereira e Maria do Sameiro Barroso.
Do livro destacamos dois poemas o poema que dá título ao livro, As Vindimas da Noite e o poema O Olhar da distância, dedicado a Fiama Hasse Pais Brandão e a Maria Teresa Dias Furtado:Maria do Sameiro Barroso, In "As Vindimas da Noite".

Poema retirado da obra "As Vindimas da Noite"

AS VINDIMAS DA NOITE


As ancas, os ombros, as falésias flutuariam,

na noite onde se despenham as ravinas,

o corpo insidioso arrastando o mar, a boca,

os joelhos sonâmbulos,

os barcos que se cobrem de limos, grãos de areia,

esquecimento.


As harpas do horizonte ergueram-se já,

como árvores frondosas.

Nas colmeias de sangue, fervilha a rosa,

a corola verde, o tumultuoso nome,

o timbre infinito.


As ancas, os ombros, as falésias flutuariam,

na noite,

no vazio errante de um coração silábico

que se abre, suspenso,

por dentro das estrelas, à deriva.


No vazio leve das miragens, esconde-se,

nas vindimas da noite,

o corpo dormente da eternidade que rebenta,

silenciosa,

nos punhais ébrios de salsa, cinza,

aspergindo, na névoa minuciosa,

o ruir das telhas, entre ervas, dedos,


acariciados lentamente.


Maria do Sameiro Barroso

Poema retirado da obra "As Vindimas da Noite"

O OLHAR DA DISTÂNCIA

Para Fiama Hasse Pais Brandão

e Maria Teresa Dias Furtado


As barcas partem sempre novas, renovadas.

No fôlego que habitou a noite,

a errância expandiu-se, talvez se expanda ainda,

sob as ondas que gritam mais alto

o sussurrar do vento.


Na sumária distância, a retina regista pausas, letras,

frutos e raízes que a serenidade transporta,

porque a amizade bebe as suas águas,

no silêncio sagrado,

bálsamo luminoso que mitiga a dor,

em seus lagos perenes, em seus laços incólumes.


Sobre relógios aquáticos, flutua um rosto,

uma mulher, o seu nome é fábula,

o seu olhar, talhado nos versos da natureza,

paira nas florestas,

onde os pássaros cantam ainda a noite antiga.


No labor oculto, o destino tece, destece,

sob o olhar que escurece,

as recordações recolhem a água, o rosto,

o mundo, o seu sorriso,

e o olhar de Medeia aparece, impresso


no coração das folhas rubras.



Maria do Sameiro Barroso

terça-feira, 20 de maio de 2008

As Vindimas da Noite


Realizou-se, no passado dia 11 de Maio, no Salão Nobre do Museu de Arqueologia, nos Jerónimos, em Belém, Lisboa, o lançamento do novo livro de poesia de Maria do Sameiro Barroso. Numa primeira parte do evento, alunos e professores da Academia de Música José Atalaya – Fafe - tocaram peças de compositores ibéricos, de entre os quais destacamos Fernando Sor. Numa segunda parte ocorreu o lançamento propriamente dito - o novo livro desta poeta intitula-se "As Vindimas da Noite" e tem a chancela da "Editora Labirinto". A leitura dos poemas esteve a cargo da actriz Isabel Wolmar. Na fotografia acima colocada, tirada durante o acontecimento, podemos ver, da esquerda para a direita: a romancista Seomara da Veiga Ferreira, João Artur Pinto (o editor), Maria do Sameiro Barroso (a autora) e Victor Oliveira Mateus. Do livro destacamos:



"Um Clamor de Anémonas"

Para Albano Martins


Numa varanda verde, assoma um esqueleto marinho,
um clamor de anémonas,
uma selva aquática onde os leopardos de frescura
despontam, sobre o ouro e o fogo,
nas nuvens altivas, nas redes esquivas,
nas panteras de anil que, entre as neblinas de cetim
repousam.

Ao pôr-do-sol, as luzes do mar acendem-se,
em seus lampejos de inviolada lonjura.
As papoilas adormeceram já, rasgado
o seu fulgor, sobre as meditações do mar,
ao pôr-do-sol.

Que resta então, senão trabalhar o oiro, a metáfora,
escutar, nos aturdidos clarões, as sécias,
o rosmaninho, o incenso em botão,
os vulcões da palavra?

Que resta, senão parar, para mondar a seara ardente
e a libertar do seu ofício funcionário,
atear o sol
e as restituir às algas, à seda,
os pincéis de luz, o tapete de musgo,

o seu invólucro de estrelas?


Maria do Sameiro Barroso, In "As Vindimas da Noite"

Texto retirado do blog "A Dispersa Palavra" de Victor Oliveira Mateus

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Convite "As Vindimas da Noite"

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Novo Livro de Maria do Sameiro Barroso

"As Vindimas da Noite", a mais recente criação poética de Maria do Sameiro Barroso, que será lançada no dia 11 de Maio no Museu Nacional de Arqueologia com a chancela da Editora Labirinto, contando com apresentação de Luís Filipe Pereira (que fez o posfácio à obra), é um excelente livro de poesia que, eminentemente, fascina pelo seu sabor e pela sua magnífica poética, pelo seu maduro mosto e pela sua diagonal imagística semeada de socalcos nos recessos da noite que se faz manhã e se faz poesia nos raios e nas bagas de brisa percorrendo as musicais galerias dos versos.

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