terça-feira, 18 de dezembro de 2007

*Sessão ed Natal, no Museu Nacional de Arqueologia

Maria do Sameiro Barroso
Dia 19 (18,00 horas) - *Sessão de Natal*.
Por ocasião do lançamento do livro Amantes da Neblina, de Maria do Sameiro Barroso, o Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia (GAMNA) e a Editora Labirinto têm o prazer de convidar V. Exa. para uma sessão de Natal com a actuação de Ricardo Barceló,interpretando peças de guitarra clássica.
Seguir-se-á um Porto de Honra.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A Abertura da Feira do Livro do Externato de Vila Meã

O Externato de Vila meã, vai este ano, convidar a comunidade escolar para a abertura da Feira do Livro, a decorrer no dia 10 de Novembro à tarde.
Pretende-se nesta “cerimónia” informal, que os alunos, Encarregados de Educação, e professores possam ouvir o testemunho de quem escreve, de quem lê, com o intuito de estimular o prazer da leitura e desenvolver o gosto pelas palavras.

Para vos falar estarão presentes os autores Carlos Vaz, Pompeu Miguel Martins e Juliana

sábado, 20 de outubro de 2007

"Dez Anos de Solidão" de Daniel Gonçalves

Depois do êxito alcançado na apresentação do livro de Daniel Gonçalves "dez anos de solidão", na livraria Culturminho - Braga, em 6 de Outubro, e na Livraria Bulhosa de Entrecampos – Lisboa, em 13 de Outubro, respectivamente, pelos escritores Carlos Vaz e Maria do Sameiro Barroso, eis que o mais recente trabalho poético de Daniel Gonçalves é apresentado na ilha que o próprio designa de sua "…na minha ilha", a lindíssima Ilha de Santa Maria - Açores.
A sessão de apresentação de "dez anos de solidão" está marcada para as 21 horas (menos uma que em Lisboa), na Igrejas das Vitórias, e será da esponsabilidade da escritora Gabriela Funk. O evento conta ainda com a abertura da exposição de pintura de Carolyn Honke "Água e Luz sobre Santa Maria" e animação musical com o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almagreira "Cancioneiro de Santa Maria", e terá a cobertura oficial da RTP Açores. Evocativa dos seus dez anos literários, o autor, ao longo das suas mais de duzentas páginas revisita poemas dos seus livros anteriores, entre eles "O Afecto das Palavras" e "um lugar onde supor o silêncio", alguns dos quais são totalmente reconstituídos. A obra conta igualmente com um conjunto de inéditos escritos entre 2005 e 2007, e nele participam a convite do autor, escritores como Pedro Tamen, Maria do Sameiro Barroso, Jorge Costa, Ruy Ventura, Pompeu Miguel Martin, Teo Camacho, Nuno Higino, Carlos Vaz, António Joaquim Oliveira, entre outros. Além de poesia podemos ainda encontrar: anotações, ensaio, conto, carta, numa diversidade singular que se anexa à excelente qualidade desta nova obra editada pela Labirinto.
Daniel Gonçalves iniciou a sua actividade literária ainda na sua adolescência, vencendo aos dezassete anos o Primeiro Prémio de Poesia do Concurso Internacional de Poesia da CIAS (Centro Internazionale Amici Scuola) promovido pela UNESCO (Itália, 1993). Um ano depois, em 1994, vence o Terceiro Prémio de Poesia do Concurso Nacional de Poesia – Ano Internacional da Família (Portugal, 1994); ambos os prémios de poesia contemplaram unicamente um poema sujeito aos temas propostos.
É em 1996 que surgem as primeiras publicações dos seus textos, na "Antologia de Poesia dos Alunos das Residências Universitárias da Universidade do Minho" e na "Antologia de Novos Autores de Braga – Somos a Água que Corre, Não a que Passa".
No ano de 1997 vê a obra "a respiração dos gestos" vencer o Prémio de Revelação de Poesia APE IPLB (Associação Portuguesa de Escritores/Instituto Português do Livro e das Bibliotecas), cuja obra foi editada pela Difel em 2000, sob o nome daniel s. g. Finalmente, em 2003, é editada pela Labirinto a obra "um lugar onde supor o silêncio", Prémio Cesário Verde 2003. A sua obra tem sido publicada também em jornais e revistas por todo o país, com relevo para o Jornal Correio da Manhã, Jornal de Santo Tirso, Jornal do Escritor e a Revista Neo (Universidade dos Açores).

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

"A Rosa Intacta" de António Ramos Rosa

A editora Labirinto apresenta amanhã (dia 20), pelas 17 horas, na livraria Bulhosa de Entrecampos, a mais recente obra poética de António Ramos Rosa. "A Rosa Intacta", reúne poesia de temática erótica e desenhos do próprio autor, com arranjo gráfico do artista Plástico Júlio Cunha e coordenação editorial da escritora Maria do Sameiro Barroso.
O livro "A Rosa Intacta" será apresentado pela escritora Maria Teresa Horta e a actriz Eugénia Bettencourt dará voz a alguns dos poemas, no que promete desde já ser uma sessão de grande elevação cultural.
António Ramos Rosa nasceu em Faro, a 17 de Outubro de 1924, e vive em Lisboa, desde 1962, tendo já publicado mais de 50 títulos. Confirmando a importância do seu percurso literário e o rigor do seu trabalho poético, foi-lhe atribuído, em 1988, o Prémio Pessoa, a que se têm associado outras condecorações, como aquelas recebidas em 1984 e 1997 - respectivamente da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Segundo o editor, João Artur Pinto, "A Rosa Intacta", é uma verdadeira jóia que reúne inéditos e ilustrações do autor. Um livro-objecto muito belo com a qualidade e o rigor, a que António Ramos Rosa, sempre nos habituou.
"A Rosa Intacta" é um livro «de que muito me orgulho em ter no acervo da família Labirinto, que enriquece o panorama literário português e vai certamente surpreender. Estou feliz com este livro, mas sobretudo em ter o António no leque de amigos".

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"A Rosa Intacta", o mais recente livro do poeta Ramos Rosa

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"A Rosa Intacta", assim se chama o mais recente trabalho do poeta António Ramos Rosa.
A obra, editada pela Labirinto, será apresentada pela escritora Maria Teresa Horta, culminando a sessão com a leitura de algun poemas pela actriz Eugénia Bettencourt.
Neste sábado, pelas 17h00, Bulhosa.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

DEZ ANOS SEMPRE ACOMPANHADO II

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quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Convite

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DEZ ANOS DE SOLIDÃO

o novo livro de Daniel Gonçalves, na sua livraria

DEZ ANOS DE SOLIDÃO

o novo livro de Daniel Gonçalves, Dez Anos de Solidão, não vem só, nele participam escritores como: Pedro Tamen; Maria do Sameiro Barroso; Jorge Costa; Ruy Ventura; Pompeu Miguel Martins; Teo Camacho; Nuno Higino; João Ricardo Lopes; António Joaquim Oliveira e eu próprio. Além de poesia podemos ainda encontrar: anotações; ensaio; conto; carta; uma diversidade singular que se anexa à excelente qualidade desta nova obra editada pela Labirinto

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Editora Labirinto dá à estampa a edição n.º 3 da colecção afectos com o Título Liberdade

A editora Labirinto deu recentemente à estampa o livro "Afectos Liberdade". Liberdade é o número 3ª da colecção afectos pequenos formatos, que reúne ao longo das suas quarenta página textos poéticos e trabalhos gráficos.
Afectos Liberdade colige 19 inéditos dos poetas: António Queirós, António Ramos Rosa, António Salvado, Artur Ferreira Coimbra, Carlos Vaz, Casimiro de Brito, Cláudio Lima, Daniel Gonçalves, Gisela Ramos Rosa, Isabel Leonor Forte Salvado, Laura Cesana, Isabel Wolmar, Juliana Miranda, Maria do Sameiro Barroso, Maria João Fernandes, Maria Teresa Dias Furtado, Pompeu Miguel Martins, Rui Lage e Victor Oliveira Mateus.
A antologia conta igualmente com trabalhos gráficos dos artistas Ângela Mendes Ferreira, César Taíbo, João Artur Pinto, João Luís Dória, Maria Helena Delgado, Mário Bruno Cruz e Manuela Justino.
Em jeito de apresentação pode ler-se: "A celebração da liberdade num pequeno formato, directo ao coração e ao pensamento. Uma espécie de bala certeira a rebentar nas manhãs do nosso pensamento, nas tardes solitárias ou nas noites propícias à preparação do mundo.
A liberdade num livrinho assim, como se fosse o coração inocente e puro, o mais perigoso e mais promissor, o mais de amanhã que é possível, dentro das impossibilidades históricas que sempre estiveram na génese de toda a ousadia que nos liberta."
João Artur Pinto, presidente da Labirinto, sublinha "esta singela publicação conquistou já o coração quer dos seus múltiplos colaboradores, quer o do publico, que tem aumentado em cada edição", cumprindo-se assim o papel da editora, no sentido de alicerçar, de lembrar e celebrar a arte poética.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Máquina Royal de Pompeu Miguel Martins


Máquina Royal (Diário 2003-2004)
de Pompeu Miguel Martins

Casa Fernando Pessoa, dia 6 de Julho, 18h30
Apresentação por Carlos Vaz e Catarina Nunes.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

9ª FEIRA DO LIVRO

Vila Praia de Âncora
Decorrerá, de 30 de Junho a 8 de Julho de 2007, na Praça da República, a 9ª Feira do Livro de Vila Praia de Âncora. O período de funcionamento da Feira será entre as 16 h e as 24 h, com excepção feita para o dia inaugural, que começará pelas 21 h.O programa cultural irá, mais uma vez, privilegiar a produção literária. Destaque para o lançamento do livro de Carlos Vaz “Capricho 43”, da editora Labirinto, no dia inaugural, durante a cerimónia de abertura, pelas 21:30 h. Ao longo da semana, teremos o prazer de poder contar com presença dos escritores José Viale Moutinho, no dia 2 Julho pelas 21:30 h, e no dia 3 o escritor e editor Jorge Reis-Sá, no mesmo horário. Estes escritores promoverão uma sessão de autógrafos e conversas informais com os leitores, dando assim a conhecer as suas últimas obras.

Comissão Organizadora da Feira do Livro

quarta-feira, 23 de maio de 2007

antologia poética "Um Poema Para Fiama"


No âmbito do Dia do Autor Português que se comemora no dia 22 de Maio, a Editora Labirinto deu à estampa a antologia poética Um poema Para Fiama, que será apresentada no próximo dia 25 de Maio, pelas 18h30, na Casa Fernando Pessoa – Rua Coelho da Rocha, n.º 16, Lisboa.
Um Poema Para Fiama, será apresentada pela professora e escritora Maria Teresa Dias Furtado e da escritora Maria do Sameiro Barroso, organizadoras da obra.

Segundo Maria Teresa Dias Furtado que prefaciou Um Poema Para Fiama, "inscreve-se esta iniciativa editorial – entre muitas que certamente surgirão – num gesto sincero de homenagem à Obra Poética de Fiama Hasse Pais Brandão, que se destaca na Poesia Portuguesa como uma das maiores da segunda metade do século XX. Surge igualmente como manifestação espontânea de afecto neste momento de solidariedade e pesar, por já não a termos fisicamente entre nós.
Nesta altura em que os versos lidos, ouvidos e vividos por dentro, afluem à memória e ao coração, a reacção de muitos Autores que escrevem Poesia com preocupação de rigor, apresentou-se de imediato através do envio dos poemas que neste volume se publicam…"

O livro reúne ao longo das suas oitenta páginas, cinquenta e três inéditos dos seguintes autores: Alexandre Vargas, Anna Hatherly, Ana Marques Gastão, Angelina Costa Lima, António Graça Abreu, António José Queirós, António Salvado, Artur Coimbra, Carlos Vaz, Casimiro de Brito, Cláudia Storz, Daniel Gonçalves, Ernesto Rodrigues, Eva Christina Zeller, Fernando Guimarães, Fernando J. B. Martinho, Gisela Ramos Rosa, Gonçalo Salvado, Helena Carvalho Buesco, Henrique Manuel Bento Fialho, Inês Lourenço, Isaac Pereira, Isabel Cristina Pires, Jaime Rocha, Joana Ruas, João Ricardo Lopes, João Rui de Sousa, Joaquim Cardoso Dias, Jorge Listopad, Jorge Reis Sá, José Agostinho Baptista, José Félix Duque, José Manuel de Vasconcelos, José Tolentino Mendonça, Josiane Alfonsi, Luís Quintais, Maria Andresen, Maria do Sameiro Barroso, Maria João Fernandes , Maria João Reynaud , Maria Teresa Dias Furtado, Maria Teresa Horta, Paulinho Assunção, Pedro Eiras, Pompeu Miguel Martins, Regina Gouveia, Rita Taborda Duarte, Rui Costa, Ruy Ventura, Urbano Tavares Rodrigues, Valter Hugo Mãe, Victor Oliveira Mateus, Victor Oliveira Jorge e Maria Figueira da Silva, artista plástica, autora da pintura da capa.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Dia 18 de Maio, 18h30
Teolinda Gersão apresenta o Livro de Ritmos (
Editora Labirinto) de Maria Teresa Dias Furtado.
Leitura de poemas por Isabel Wolmar.

Entrada livre.

Casa Fernando Pessoa
Rua Coelho da Rocha, nº 16
1250-088 - Lisboa Portugal
Telf: + 351 21 391 32 75
www.mundopessoa.blogspot.com

Livro de Ritmos, de Maria Teresa Dias Furtado, é uma colectânea de poesia escrita durante de 2002 e 2003 e que a autora edita agora pela Labirinto.
Segundo M.T.D.F. os textos desta obra concentram-se num “conceito lato de ritmo, por um lado associado à música, por outro, ao pulsar da natureza e de cada acontecimento vivido directa ou indirectamente”. Podemos encontrar a chave para a leitura desta bela obra, compreendendo o uso da epígrafe de António Ramos Rosa, sobre a porta de entrada destes poemas: “O ritmo é um elemento essencial da construção porque é ele que a unifica e lhe proporciona a habitabilidade de um espaço”.
Na verdade, geralmente definimos o ritmo, do latim rhythmu/rhythmos, como uma sequência regular de tempos fortes e tempos fracos, numa frase musical ou também como um movimento com sucessão regular de elementos fortes e fracos, e etc. Paradoxalmente o Livro de Ritmos são todos estes e - in aequo - também nenhum deles. Passo a explicar, o ritmo exterior das coisas da natureza, das “sonoridades do espaço”, brota de uma forma distinta na poesia, pois “cada coisa” tem a sua forma, por vezes silenciosa, de vibrar, quer através da cor quer pelo próprio som, contudo o ritmo principal da obra literária é principalmente o do som silencioso que nos aclama de um espaço interior, que nos chega “na vibração das imagens” e na “vibração das letras”. Sendo assim, a leitura tem, como vimos, uma fruição de ritmo interior, enquanto a música e os sons da natureza trazem a fruição exterior das coisas. A sonoridade, cadência ou vibração que M.T.D.F. procura é a que começa no silêncio imutável do espaço, uma vez que “o espaço é percorrido por passos sem rasto visível”, transfigurado na figura de um “rio”, ao longo destes poemas, rio esse que existe na conformidade do ser que está à escuta do espaço interior do mundo. No dizer da autora, “cada imagem cada som cada ruído pertencem à atenção de quem perscruta o mundo”, por isso “o rigor poético da imagem” fascina os seres que usam a poesia como instrumento para verem e ouvirem mais e melhor, já que “vê mais quem vê com o Poeta”.
Em jeito de conclusão podemos ainda referir que o Livro de Ritmos é, de uma forma sucinta, o ritmo da pronunciação do olhar sobre o som ou vibração interior de cada ser face ao seu poema


in: blog de Carlos Vaz

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Lançamentos da editora Labirinto na Casa Fernando Pessoa - Maio 2007

[Sextas-feiras, às 18h30]
Dia 11 "Os Amantes da Neblina", de Maria do Sameiro Barroso.
Apresentação: Maria Teresa Dias Furtado.Leitura: Isabel Wolmar.
Dia 18 "Livro de Ritmos", de Maria Teresa Dias Furtado.
Apresentação: Teolinda Gersão.Leitura: Isabel Wolmar.
Dia 25 "Um Poema para Fiama" (antologia organizada por Maria Teresa Dias Furtado e Maria do Sameiro Barroso)
Apresentação pelas organizadoras.Leitura pelos poetas presentes que colaboraram no livro.
Entrada livre

domingo, 6 de maio de 2007

Amantes da Neblina

no livro Amantes da Neblina, Maria do Sameiro Barroso demonstra as experiências do seu pensamento literário, ao trazer para a escrita a atitude do poeta como um inventor do desconhecido. Nos seus versos, facilmente perscrutamos que não é no existencialismo onde se inscreve o saber último, mas sim na restante vida impossibilitada de subsistir pela constante falta de metamorfose do ser. A restante vida alberga-se num espaço onde a matéria perde consistência, abrindo espaços ignotos, capazes de originarem o encontro com a luz.
Antes de mais, para se encontrarem as clareiras perdidas na neblina do mundo, é estritamente necessário um rosto cego, que despreze a linguagem gasta e, numa postura de entrega sem possessão, seja capaz de gerar, na diafonia dos dias, os espaços de clareza do afecto com as imagens do poema, da música ou da própria natureza.

Como a autora claramente pressagia na obra, a poesia é feita da mesma matéria de mutação dos ciclos da natureza, por originar a entropia da mudança para a luz. Aí, na potencialidade dos espaços agora abertos na neblina, gera-se o protopoema, como um impulso para a vida se revelar e o mundo se expandir na busca de sentidos.
Na névoa do mundo, o amante que procura a clareira, na sua forma cega de ver, adopta o silêncio gerado pelos espaços onde se revelam as imagens do poema, por isso, a poesia é um constante processo interior de procura, tal como a música e os ciclos da natureza. Ambas as formas espoletam o corpo de metamorfose dos seres que avançam pelo espaço da névoa que apaga o mundo, alimentando o afecto dos amantes com as imagens da luz, outrora escondida.
Deste modo, a clareira por entre a neblina é, essencialmente, um corpo de fulgor e o amante é a figura de afecto e de entrega no espaço de fulgorização, gerado pela metamorfose, na procura constante de uma luminosidade capaz de expressar as essências escondidas do mundo.
A natureza desta luz não é a da claridade da ampulheta do dia e da noite, mas sim a própria matéria de que são feitas as metamorfoses das imagens e das figuras do amante. Assim, tal como as flores sofrem mutações para o belo, também os amantes do poema irrompem em transmudações, no encontro com as imagens poéticas capazes, por si só, de gerarem o silêncio, onde subsiste a restante vida, antes do poema, escondida na neblina
in: blog de Carlos Vaz

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Maria Teresa Dias Furtado, Maria do Sameiro Barroso e Cláudio Lima


Maria Teresa Dias Furtado, Maria do Sameiro Barroso e Cláudio Lima
Maria do Sameiro Barroso, Maria Teresa Dias Furtado e Cláudio Lima proporcionaram ontem à noite, na Feira do Livro de Braga, um encontro de poesia, e sobre poesia, extraordinariamente belo.Num certame que, infelizmente, peca pela má organização, os três poetas deliciaram o auditório com intervenções pessoalíssimas no envolvimento com a poesia e partilhando poemas dos seus livros mais recentes.Nota de relevo, aliás, foi precisamente o lançamento de dois novos títulos, ‘Amantes da Neblina’ de Maria do Sameiro Barroso e ‘Livro de Ritmos’ de Maria Teresa Dias Furtado, ambos publicados pela Labirinto, editora muito elogiada pela autora de ‘Meandros Translúcidos’, que considerou uma ‘família de escritores’.Apesar da notada ausência de um moderador na mesa, os três autores abordaram notavelmente as potencialidades linguístico-literárias do texto poético, uma ‘confluência de linguagens’ no dizer de Maria do Sameiro Barroso, poetisa que confessou também a absoluta necessidade do belo para a sua sobrevivência.E porque ‘o poeta é um devedor’, disse-o humoristicamente Maria Teresa Dias Furtado, o leitor é-o duas vezes: pela dívida para com o escritor, pela dívida consigo próprio. As duas pagar-se-ão com a procura da palavra. (...)Partilhar o inefável, eis sem dúvida o toque de mestria dos poetas. Assim o fizeram Cláudio Lima, Maria Teresa Dias Furtado e Maria do Sameiro Barroso.

in blog de João Ricardo Lopes

quarta-feira, 18 de abril de 2007

CAPRICHO 43

CAPRICHO 43, última obra da "trilogia da experiência"


A terceira obra da trilogia da experiência de Carlos Vaz será apresenta na próxima quarta-feira, dia 18, pelas 21h30m, na Feira do Livro de Braga

Com Capricho 43, Carlos Vaz recebeu recentemente o prémio da literatura António Paulouro, e é, segundo o mesmo, a última obra da Trilogia da Experiência (juntamente com Seres de Rã e A Casa de Al’isse). Como o nome indica, a trilogia denomina-se desta forma, por nas obras referidas o autor procurar gerar novas experiências de leitura através de encontros com personalidades reais ou imaginárias. Na obra Capricho 43, Carlos Vaz procurou, desta vez, originar experiências com o encontro da série Caprichos, de Goya, principalmente com aquela que é intitulada de Capricho 43 e que deu origem ao título da obra. Por razões que têm a ver com este desenho, o autor confessou-nos que, de início, o livro estaria para se chamar O Sonho da Razão Produz Monstros. Na verdade esta é a verdadeira fórmula de leitura para todo o enredo da obra. Logo nas primeiras páginas do livro, o texto dá-se ao diálogo com o seu leitor, sugerindo que este prenda, à ponta do dedo, o fio de todo o enredo da obra, para que assim não se perca ao longo da viagem e dos estranhos encontros com Goya. Para além deste pintor, encontramos experiências causadas pelo texto quer originadas pelo prisma que Isaac Newton traz para a história, quer com o aparecimento final da figura mitológica de duas caras, Janus. Estranhamente, o fio é desenrolado à medida que avançamos na obra e embarcamos num pesado tanque de cimento com a figura materna, e ao mesmo tempo de conforto, em toda a obra, a Mãe.

Segundo a autora do posfácio, Maria Teresa Dias Furtado:


O romance Capricho 43, de Carlos Vaz, é um texto surpreendente, muito original, inovador e rico em conteúdo (…)
Estamos perante um texto em movimento, por vezes alucinante. O tanque onde a mãe lava roupa torna-se barco, nele embarcam mãe e filho, Goya e Newton. O narrador tem consciência explícita de que há um movimento textual, algo que acontece para além do real quotidiano, para depois a este regressar na parte final, em que se explicitam ilações acerca do que aconteceu até então (…)
Mas, independentemente destes suportes literários, Carlos Vaz ata os seus próprios nós no fio que escolhe, dialoga com as “cabeças” convocadas para a sua viagem textual, longe e perto do mundo, unindo razão e sonho, “arquitectando ilhas” com pontes de sentido entre si. A busca é textual, mas o mundo fica enriquecido.


Para além do posfácio de Maria Teresa Dias Furtado, a obra Capricho 43 conta ainda com um trabalho de capa do pintor Júlio Cunha.

texto de Ana Nunes

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Feira do Livro de Braga

terça-feira, pelas 21h30m, na feira do livro de Braga, apresentação da obra "Livros de Ritmos" de Maria Teresa Furtado e "Amantes da Neblina" de Maria do Sameiro Barroso

terça-feira, 3 de abril de 2007

Cecilia Bartoli

a verdade é que o timbre de uma voz ganha corpo como um rosto ou como um nome, e facilmente o identificamos, por entre muitos outros ruídos de nosso quotidiano. O som produzido pelos dois músculos do tíreo-aritenóideo, nem sempre surgem como uma necessidade do humano comunicar, etc. Falo-vos da voz cujo intuito é en(cantar). Este som produzido pela voz, que é gerado pela saída de ar do pulmões, fazendo as pregas vocais vibrarem, quando procuram igualar a música produzida pela natureza, torna-se um verdadeiro instrumento supra-humano.
Há coisa de cinco anos atrás, Catarina ofereceu-me aquela que viria a ser uma das minhas óperas favoritas, a ópera Orfeo ed Eurídice de Haydn (não confundir com a de Gluck). Nesta peça de estrema beleza, Cecília Bartoli, com o papel de Eurídice, contracena com Uwe Heilmann, Orfeo, e Ildebrando D’Arcangelo, Creonte.
A voz de Bartoli ocupou imediatamente o devido espaço na minha memória sonora. De lá para cá, esta voz única enche os espaços vazios da casa com movimentos sonoros, porque o som move-se, e o prazer está exactamente no saber visualizar por onde o faz e que caminhos atravessa. Tornei-me fã desta meio-soprano, que supera qualquer timbre alguma vez produzido por outra voz humana. Nos últimos dias, cá em casa tenho revisitado muitos dos espaços musicais de Bartoli. A música é escutada nas alturas ao ponto de fazer tremer os objectos. Da casa física passou para a casa dos sonhos do sono.
Surgiu então a ideia de partilhar a voz, dedicando-lhe uma pequena “temporada”


breve anotação: de um modo geral os blogs têm recorrido muito ao vídeos do youtube, a verdade é que já não tenho muita paciência, por isso recorro pouco a este instrumento, mas por achar que esta actuação de Bartoli é, na verdade, um trabalho único, peço-vos que a visualizem até ao fim. Trata-se de um exercício de clamor imperdível, um exemplo singular de que a voz pode ser, também ela, um instrumento supra-humano

para ler: blog de Carlos Vaz

In Memorian

Padre Joaquim Flores

São poucas as palavras que nos levam às vezes à memória daqueles que de um momento para o outro nos abandonam. Ainda assim, é justo recordar a amizade e o valor desses rostos com quem nos cruzámos e de quem amiúde tirámos lições importantes, exemplos de pioneirismo e de coragem também.Conheci o Padre Flores quando leccionei na Escola de Revelhe pela primeira vez, em 2001. Homem sisudo e rude, com falas medidas, avaliando-me logo ali na entrada do edifício principal quando me fui apresentar, mas também logo ali abrindo o universo da escola, o cunho humano de cada canteiro impecavelmente tratado, a face muito limpa das paredes do edifício, o carácter animoso dos alunos da sua E. B. 2, 3.Com o tempo tornou-se-me claro que a liderança de Joaquim Flores se baseava no empreendedorismo e na forte convicção de que era absolutamente vital contrariar o destino traçado (frustrante) das crianças originárias de algumas das freguesias mais isoladas do Concelho. Era preciso bater em pedra e traduzir métodos eventualmente urbanos para métodos eficazes de trabalho. Custou-me muito, fui dos que num primeiro momento antipatizaram com a figura do Presidente do Conselho Executivo.Porém, tive a oportunidade de regressar à escola anos depois, em 2003. Voltei a apresentar-me, de novo senti o constrangimento de ir ao gabinete do Presidente, mas percebi também que algo havia mudado, sobretudo no trato pessoal. Havia já uma espécie de afectividade que aos poucos se me foi revelando. De resto, só a limpeza da escola e o aprumo dos jardins permaneciam iguais. Trabalhei com colegas e amigos criativos, entre os quais o Ricardo Cunha, o Aureliano Barata, o José Oliveira e a Alexandra Cunha, senti uma camaradagem inusitada, várias vezes conversei também com o líder, por sua sugestão visitei o Lar de Crianças e percebi a dimensão da sua obra, compreendi que por trás da fachada dura se resguardava uma pessoa meiga e profundamente preocupada com a desgraça social que é o abandono e a exclusão infantil.Em meados de Janeiro estive em Revelhe falei com um homem já profundamente abatido e dobrado pela doença. Senti aquela expressão de véspera que nunca se diz, mas que se pressente, que se expressa num abraço e num rosto onde os traços são de cansaço. Admirei sempre o modo como durante anos o Padre Flores travou a sua luta contra a morte, a maneira delicada de responder que ‘Estou bem, isto passa!’ e deixar um sorriso espantar as nuvens negras de um destino que seguramente o oprimiu nos últimos anos da sua vida.Inequivocamente é um exemplo de esforço e dedicação a Fafe. Como sempre acontece com homens de fibra, muitos terão as suas queixas (ou queixumes) relativamente ao temperamento do seu carácter, mas não deixarão de concordar que no miolo da sua personalidade existe um construtor, um poeta, um líder e um amigo, homem de palavra como poucos, pessoa que se perfilará como uma mente prática e cujo trabalho efectivo se repercute na vida de milhares de jovens, a quem foi dado outro destino, digamos outro rumo, a partir de áridos princípios, mas firmes e profundamente verdadeiros.
in: João Ricardo Lopes, blog Dias Desiguais

Afectos: Mulheres

A editora Labirinto assinala o Dia Internacional da Mulher, no próximo 8 de Março, com a edição de uma antologia poética.Trata-se de um volume intitulado Mulher da colecção Afectos pequenos formatos, onde se reúnem 19 poemas inéditos de poetas contemporâneos: António Ramos Rosa, António Salvado, Artur F. Coimbra, Carlos Vaz, Casimiro de Brito, daniel gonçalves, Gisela Ramos Rosa, Gonçalo Salvado, Isabel Wolmar, Isaac Pereira, Joana Rua, João Ricardo Lopes, Juliana Miranda, Laura Cesana, Maria João Fernandes, Maria do Sameiro Barroso, Maria Teresa Dias Furtado, Maria Teresa Horta e Pompeu Miguel Martins.A antologia conta igualmente com trabalhos gráficos dos artistas Ângela Mendes Ferreira, João Artur Pinto, Júlio Cunha, Manuela Justino e Nuno Canelas.No prefácio do segundo livro de pequeno formato da colecção Afectos, sublinha-se: "Um cântico à mulher, o reconhecimento de tudo quanto nela é partilha sublime ou generosa inspiração. Mais do que não esquecer, importa lembrar a importância do feminino na poesia, este e todos os outros gestos que nele se abrigam".João Artur Pinto, presidente da Labirinto, acentua que este é mais um esforço da editora, no sentido de alicerçar e levar mais longe o seu papel editorial, de lembrar e celebrar a arte poética, evocando a importância e a função da Mulher na sociedade contemporânea.

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