A Câmara Municipal de Fafe e a Editora Labirinto promovem a apresentação da colectânea Poesia Soviética Russa – Século XIX e XX, com selecção, organização e tradução do falecido poeta fafense José Sampaio Marinho, a qual terá lugar esta sexta-feira, 16 de Julho, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal, com entrada livre.
A obra (que é uma antologia de poemas de emblemáticos autores russos e soviéticos dos dois últimos séculos) será apresentada pelo jornalista José Milhazes, autor do prefácio e amigo de José Sampaio Marinho, com quem teve o privilégio de conviver, quer na Rússia, quer em Portugal.
A obra integra uma selecção de poemas de mais de três dezenas de autores russos e soviéticos dos dois últimos séculos, entre os quais figuram os conhecidos nomes de Vladímir Maiakóvski, Serguei Essénine, Borís Pasternak, Nikolai Tíkhonov, Konstantin Símonov, Serguei Iessenine, Anna Akhmátova e Evguéni Evtuchenko.
O autor mais antigo representado, Valéri Briússov, nasceu em 1873 e faleceu em 1924, enquanto o mais recente, Oleg Tchukhontsev, nasceu em 1938 e ainda vive.
No prefácio, José Milhazes historia a sua amizade e cumplicidade com Sampaio Marinho, a sua militância e afastamento do Partido Comunista e a convivência mantida, quer em Moscovo, quer na Póvoa de Varzim, onde residiam.
Sobre a edição das presentes traduções, lembrou José Milhazes um dos últimos pedidos de Sampaio Marinho: “Se encontrares alguém interessado na publicação disto, força. Aqui estão as minhas traduções de poesia russa e soviética”.
E continua Milhazes:
“Depois de ler mais de cem páginas escritas à máquina, jurei que tudo iria fazer para respeitar a vontade do meu amigo, não apenas porque se tratou do último pedido que ele me fez, mas principalmente pela qualidade das traduções. Pouco tempo depois, chegou-me, com algum atraso, a notícia de que ele tinha falecido.
Bati a várias portas, mas a resposta era mais ou menos a mesma: “Isto é interessante, mas alguns dos poemas já estão fora de moda e o livro pode não ter saída…”.
Não desisti, tanto mais que estava convencido (como continuo a estar) que as traduções de poesia feitas por José Sampaio Marinho conservam não só o conteúdo, mas a riqueza rítmica dos originais russos. Os leitores que sabem russo e português poderão comparar os poemas e constatar que as traduções em língua portuguesa conservaram a sua carga emocional, lírica ou trágica, dependendo do género.
Na generalidade, os russos afirmam que há poetas seus tão nacionais que é impossível a tradução dos seus versos para línguas estrangeiras. Um deles é o poeta lírico Serguei Iessenine, mas José Sampaio Marinho ousou fazer o impossível e conseguiu”.
José Sampaio Marinho nasceu em Cepães (Fafe), em 8 de Setembro de 1938 e faleceu na Póvoa de Varzim, em 27 de Setembro de 1998, vítima de cancro no pulmão. Formado em Filologia Românica pela Universidade de Coimbra, deu aulas no ensino primário e no secundário. Mais tarde abandonou o ensino, por não gostar muito da actividade e dedicou-se a fazer traduções para várias editoras. Já depois do 25 de Abril, foi para Moscovo, onde esteve cerca de 15 anos, a traduzir e a escrever.
Voltou a Portugal e regressou episodicamente ao ensino, em Celorico de Basto e na Póvoa de Varzim, até se reformar por motivos de saúde. Ao longo da sua carreira, publicou diversos livros em verso e em prosa.
A obra (que é uma antologia de poemas de emblemáticos autores russos e soviéticos dos dois últimos séculos) será apresentada pelo jornalista José Milhazes, autor do prefácio e amigo de José Sampaio Marinho, com quem teve o privilégio de conviver, quer na Rússia, quer em Portugal.
A obra integra uma selecção de poemas de mais de três dezenas de autores russos e soviéticos dos dois últimos séculos, entre os quais figuram os conhecidos nomes de Vladímir Maiakóvski, Serguei Essénine, Borís Pasternak, Nikolai Tíkhonov, Konstantin Símonov, Serguei Iessenine, Anna Akhmátova e Evguéni Evtuchenko.
O autor mais antigo representado, Valéri Briússov, nasceu em 1873 e faleceu em 1924, enquanto o mais recente, Oleg Tchukhontsev, nasceu em 1938 e ainda vive.
No prefácio, José Milhazes historia a sua amizade e cumplicidade com Sampaio Marinho, a sua militância e afastamento do Partido Comunista e a convivência mantida, quer em Moscovo, quer na Póvoa de Varzim, onde residiam.
Sobre a edição das presentes traduções, lembrou José Milhazes um dos últimos pedidos de Sampaio Marinho: “Se encontrares alguém interessado na publicação disto, força. Aqui estão as minhas traduções de poesia russa e soviética”.
E continua Milhazes:
“Depois de ler mais de cem páginas escritas à máquina, jurei que tudo iria fazer para respeitar a vontade do meu amigo, não apenas porque se tratou do último pedido que ele me fez, mas principalmente pela qualidade das traduções. Pouco tempo depois, chegou-me, com algum atraso, a notícia de que ele tinha falecido.
Bati a várias portas, mas a resposta era mais ou menos a mesma: “Isto é interessante, mas alguns dos poemas já estão fora de moda e o livro pode não ter saída…”.
Não desisti, tanto mais que estava convencido (como continuo a estar) que as traduções de poesia feitas por José Sampaio Marinho conservam não só o conteúdo, mas a riqueza rítmica dos originais russos. Os leitores que sabem russo e português poderão comparar os poemas e constatar que as traduções em língua portuguesa conservaram a sua carga emocional, lírica ou trágica, dependendo do género.
Na generalidade, os russos afirmam que há poetas seus tão nacionais que é impossível a tradução dos seus versos para línguas estrangeiras. Um deles é o poeta lírico Serguei Iessenine, mas José Sampaio Marinho ousou fazer o impossível e conseguiu”.
José Sampaio Marinho nasceu em Cepães (Fafe), em 8 de Setembro de 1938 e faleceu na Póvoa de Varzim, em 27 de Setembro de 1998, vítima de cancro no pulmão. Formado em Filologia Românica pela Universidade de Coimbra, deu aulas no ensino primário e no secundário. Mais tarde abandonou o ensino, por não gostar muito da actividade e dedicou-se a fazer traduções para várias editoras. Já depois do 25 de Abril, foi para Moscovo, onde esteve cerca de 15 anos, a traduzir e a escrever.
Voltou a Portugal e regressou episodicamente ao ensino, em Celorico de Basto e na Póvoa de Varzim, até se reformar por motivos de saúde. Ao longo da sua carreira, publicou diversos livros em verso e em prosa.
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