A Editora Labirinto publica: "As Vozes das Mulheres" de José António Garcia Chaves

"As Vozes das Mulheres – Uma escrita acerca das mulheres e das viagens interiores de Maria Ondina Braga" é o título da mais recente publicação da "Editora Labirinto". O seu autor, José António Garcia Chaves, venceu com esta obra o "Prémio Literário Vergílio Ferreira 2007 – Ensaio", prémio este instituído pela Câmara Municipal de Gouveia, para homenagear aquele que, nascido em Melo, freguesia da referida municipalidade, se acabou impondo como figura marcante da Literatura Portuguesa do século XX, e de cuja obra podemos destacar: "Aparição", "Em nome da Terra", "Para Sempre"e "Cartas a Sandra".

O "Prémio Literário Vergílio Ferreira", criado em 1997, e desde então atribuído anualmente, passou em 2000 a distinguir, alternadamente, quer um romance, quer um ensaio (desde que escritos em Português) – géneros cultivados de forma exemplar por Vergílio Ferreira -, e isto sem pôr em causa nem a sua regularidade anual, nem o já referido sistema de rotatividade, por esta razão este Prémio tem já no seu currículo obras como: "Um dia depois do Outro" de Margarida Marques, "A Reconquista de Olivença" de Ascêncio de Freitas", "O Claustro do Silêncio" de Luís Rosa, "Clenardo e o Príncipe" de Serafim Ferreira e "Maria Gabriela Llansol, Diário de um Real-não-Existente" de Carlos Vaz. Não deixa de ser significativo, que o último ensaio referido, bem como o meritório trabalho agora premiado, faça parte do acervo editorial da "Labirinto", afirmando-se assim esta Editora pela publicação de títulos de interesse significativo e de qualidade indubitável.

Do autor de "As Vozes das Mulheres…", o madeirense José António Garcia Chaves, e para além do Prémio agora referido, granjeado em Agosto do passado ano, diremos ainda que venceu recentemente um novo galardão, atribuído este pela Federação Nacional dos Professores (FENPROF), com um outro ensaio (A Escrita do Desassossego), agora sobre a poesia de Miguel Torga, aliás, José António Garcia Chaves não deixa de manifestar o seu lamento pelo facto de, ao contrário dos países anglo-saxónicos e da França, a escrita de cunho ensaístico ser tão negligenciada em Portugal.

Este escritor, docente há nove anos na Escola Profissional Atlântico, com este seu trabalho agora publicado sobre Maria Ondina Braga (autora de poesia, romances, contos e crónicas), e que conta com uma admirável capa de Júlio Cunha, não só recoloca o olhar sobre uma importante escritora bracarense, que urge não remeter para os desvãos do esquecimento, como lança uma análise que procura abarcar simultaneamente a originalidade de uma obra e a especificidade de um percurso existencial "marcado pela solidão, pelo afastamento" e por uma indisfarçável melancolia.

Convém ainda acrescentar, e em jeito de conclusão, que a apresentação da obra "As Vozes das Mulheres – Uma escrita acerca das mulheres e das viagens interiores de Maria Ondina Braga" terá lugar no próximo dia 1 de Março (sábado), pelas 17 horas, no Auditório da Biblioteca Vergílio Ferreira, e contará com as presenças: do autor, do editor e de representantes da entidade promotora deste prémio, a Câmara Municipal de Gouveia. A data desta apresentação coincidirá, como tem sido hábito, com o dia em que se assinala o aniversário da morte do patrono deste Prémio Literário.