quarta-feira, 14 de julho de 2010

Poesia Soviética e Russa traduzida por fafense apresentada na Biblioteca Municipal

A Câmara Municipal de Fafe e a Editora Labirinto promovem a apresentação da colectânea Poesia Soviética Russa – Século XIX e XX, com selecção, organização e tradução do falecido poeta fafense José Sampaio Marinho, a qual terá lugar esta sexta-feira, 16 de Julho, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal, com entrada livre.
A obra (que é uma antologia de poemas de emblemáticos autores russos e soviéticos dos dois últimos séculos) será apresentada pelo jornalista José Milhazes, autor do prefácio e amigo de José Sampaio Marinho, com quem teve o privilégio de conviver, quer na Rússia, quer em Portugal.
A obra integra uma selecção de poemas de mais de três dezenas de autores russos e soviéticos dos dois últimos séculos, entre os quais figuram os conhecidos nomes de Vladímir Maiakóvski, Serguei Essénine, Borís Pasternak, Nikolai Tíkhonov, Konstantin Símonov, Serguei Iessenine, Anna Akhmátova e Evguéni Evtuchenko.
O autor mais antigo representado, Valéri Briússov, nasceu em 1873 e faleceu em 1924, enquanto o mais recente, Oleg Tchukhontsev, nasceu em 1938 e ainda vive.
No prefácio, José Milhazes historia a sua amizade e cumplicidade com Sampaio Marinho, a sua militância e afastamento do Partido Comunista e a convivência mantida, quer em Moscovo, quer na Póvoa de Varzim, onde residiam.
Sobre a edição das presentes traduções, lembrou José Milhazes um dos últimos pedidos de Sampaio Marinho: “Se encontrares alguém interessado na publicação disto, força. Aqui estão as minhas traduções de poesia russa e soviética”.
E continua Milhazes:
“Depois de ler mais de cem páginas escritas à máquina, jurei que tudo iria fazer para respeitar a vontade do meu amigo, não apenas porque se tratou do último pedido que ele me fez, mas principalmente pela qualidade das traduções. Pouco tempo depois, chegou-me, com algum atraso, a notícia de que ele tinha falecido.
Bati a várias portas, mas a resposta era mais ou menos a mesma: “Isto é interessante, mas alguns dos poemas já estão fora de moda e o livro pode não ter saída…”.
Não desisti, tanto mais que estava convencido (como continuo a estar) que as traduções de poesia feitas por José Sampaio Marinho conservam não só o conteúdo, mas a riqueza rítmica dos originais russos. Os leitores que sabem russo e português poderão comparar os poemas e constatar que as traduções em língua portuguesa conservaram a sua carga emocional, lírica ou trágica, dependendo do género.
Na generalidade, os russos afirmam que há poetas seus tão nacionais que é impossível a tradução dos seus versos para línguas estrangeiras. Um deles é o poeta lírico Serguei Iessenine, mas José Sampaio Marinho ousou fazer o impossível e conseguiu”.
José Sampaio Marinho nasceu em Cepães (Fafe), em 8 de Setembro de 1938 e faleceu na Póvoa de Varzim, em 27 de Setembro de 1998, vítima de cancro no pulmão. Formado em Filologia Românica pela Universidade de Coimbra, deu aulas no ensino primário e no secundário. Mais tarde abandonou o ensino, por não gostar muito da actividade e dedicou-se a fazer traduções para várias editoras. Já depois do 25 de Abril, foi para Moscovo, onde esteve cerca de 15 anos, a traduzir e a escrever.
Voltou a Portugal e regressou episodicamente ao ensino, em Celorico de Basto e na Póvoa de Varzim, até se reformar por motivos de saúde. Ao longo da sua carreira, publicou diversos livros em verso e em prosa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Poesia Soviética Russa na Biblioteca Municipal de Fafe


Os Rios Também Choram encheram a Biblioteca Municipal de Fafe

No passado dia nove de Junho, pelas 21h30, a Biblioteca Municipal foi pequena para acolher os muitos participantes no lançamento do romance Os Rios Também Choram do professor Carlos Afonso.
Com edição da Labirinto e a apresentação da obra e do autor a cargo do professor António Teixeira e do historiador e escritor Artur Coimbra, acompanhados na mesa pelo editor João Pinto e pelo Vereador da Cultura da Câmara de Fafe, Dr. Pompeu Martins, que também proferiram algumas palavras de circunstância, decorreu o lançamento do romance, num ambiente festivo, a que não faltou um Sarau Cultural e um Verde com sabor a amêndoa.
A partir de paisagens, realidades e lendas fafenses, centradas nos meados do séc. XIX, contemporâneas de José Cardoso Vieira de Castro e da passagem de Camilo Castelo Branco por Fafe, assim como dos primeiros reflexos brasileiros nesta vila minhota e algumas vivências transmontanas, Carlos Afonso construiu esta interessante narrativa. Se o histórico lhe serve de base, a ficção e o fantástico dão-lhe um tom encantatório, que, associados a uma escrita leve, adjectivada e muito própria, permitem ao leitor mergulhar a alma num turbilhão de emoções.

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