Seguir-se-á um Porto de Honra.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
*Sessão ed Natal, no Museu Nacional de Arqueologia
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
A Abertura da Feira do Livro do Externato de Vila Meã
O Externato de Vila meã, vai este ano, convidar a comunidade escolar para a abertura da Feira do Livro, a decorrer no dia 10 de Novembro à tarde.
Para vos falar estarão presentes os autores Carlos Vaz, Pompeu Miguel Martins e Juliana
sábado, 20 de outubro de 2007
"Dez Anos de Solidão" de Daniel Gonçalves
A sessão de apresentação de "dez anos de solidão" está marcada para as 21 horas (menos uma que em Lisboa), na Igrejas das Vitórias, e será da esponsabilidade da escritora Gabriela Funk. O evento conta ainda com a abertura da exposição de pintura de Carolyn Honke "Água e Luz sobre Santa Maria" e animação musical com o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almagreira "Cancioneiro de Santa Maria", e terá a cobertura oficial da RTP Açores. Evocativa dos seus dez anos literários, o autor, ao longo das suas mais de duzentas páginas revisita poemas dos seus livros anteriores, entre eles "O Afecto das Palavras" e "um lugar onde supor o silêncio", alguns dos quais são totalmente reconstituídos. A obra conta igualmente com um conjunto de inéditos escritos entre 2005 e 2007, e nele participam a convite do autor, escritores como Pedro Tamen, Maria do Sameiro Barroso, Jorge Costa, Ruy Ventura, Pompeu Miguel Martin, Teo Camacho, Nuno Higino, Carlos Vaz, António Joaquim Oliveira, entre outros. Além de poesia podemos ainda encontrar: anotações, ensaio, conto, carta, numa diversidade singular que se anexa à excelente qualidade desta nova obra editada pela Labirinto.
Daniel Gonçalves iniciou a sua actividade literária ainda na sua adolescência, vencendo aos dezassete anos o Primeiro Prémio de Poesia do Concurso Internacional de Poesia da CIAS (Centro Internazionale Amici Scuola) promovido pela UNESCO (Itália, 1993). Um ano depois, em 1994, vence o Terceiro Prémio de Poesia do Concurso Nacional de Poesia – Ano Internacional da Família (Portugal, 1994); ambos os prémios de poesia contemplaram unicamente um poema sujeito aos temas propostos.
É em 1996 que surgem as primeiras publicações dos seus textos, na "Antologia de Poesia dos Alunos das Residências Universitárias da Universidade do Minho" e na "Antologia de Novos Autores de Braga – Somos a Água que Corre, Não a que Passa".
No ano de 1997 vê a obra "a respiração dos gestos" vencer o Prémio de Revelação de Poesia APE IPLB (Associação Portuguesa de Escritores/Instituto Português do Livro e das Bibliotecas), cuja obra foi editada pela Difel em 2000, sob o nome daniel s. g. Finalmente, em 2003, é editada pela Labirinto a obra "um lugar onde supor o silêncio", Prémio Cesário Verde 2003. A sua obra tem sido publicada também em jornais e revistas por todo o país, com relevo para o Jornal Correio da Manhã, Jornal de Santo Tirso, Jornal do Escritor e a Revista Neo (Universidade dos Açores).
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
"A Rosa Intacta" de António Ramos Rosa
O livro "A Rosa Intacta" será apresentado pela escritora Maria Teresa Horta e a actriz Eugénia Bettencourt dará voz a alguns dos poemas, no que promete desde já ser uma sessão de grande elevação cultural.
António Ramos Rosa nasceu em Faro, a 17 de Outubro de 1924, e vive em Lisboa, desde 1962, tendo já publicado mais de 50 títulos. Confirmando a importância do seu percurso literário e o rigor do seu trabalho poético, foi-lhe atribuído, em 1988, o Prémio Pessoa, a que se têm associado outras condecorações, como aquelas recebidas em 1984 e 1997 - respectivamente da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Segundo o editor, João Artur Pinto, "A Rosa Intacta", é uma verdadeira jóia que reúne inéditos e ilustrações do autor. Um livro-objecto muito belo com a qualidade e o rigor, a que António Ramos Rosa, sempre nos habituou.
"A Rosa Intacta" é um livro «de que muito me orgulho em ter no acervo da família Labirinto, que enriquece o panorama literário português e vai certamente surpreender. Estou feliz com este livro, mas sobretudo em ter o António no leque de amigos".
terça-feira, 16 de outubro de 2007
"A Rosa Intacta", o mais recente livro do poeta Ramos Rosa
sexta-feira, 12 de outubro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
DEZ ANOS DE SOLIDÃO
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Editora Labirinto dá à estampa a edição n.º 3 da colecção afectos com o Título Liberdade
Afectos Liberdade colige 19 inéditos dos poetas: António Queirós, António Ramos Rosa, António Salvado, Artur Ferreira Coimbra, Carlos Vaz, Casimiro de Brito, Cláudio Lima, Daniel Gonçalves, Gisela Ramos Rosa, Isabel Leonor Forte Salvado, Laura Cesana, Isabel Wolmar, Juliana Miranda, Maria do Sameiro Barroso, Maria João Fernandes, Maria Teresa Dias Furtado, Pompeu Miguel Martins, Rui Lage e Victor Oliveira Mateus.
A antologia conta igualmente com trabalhos gráficos dos artistas Ângela Mendes Ferreira, César Taíbo, João Artur Pinto, João Luís Dória, Maria Helena Delgado, Mário Bruno Cruz e Manuela Justino.
Em jeito de apresentação pode ler-se: "A celebração da liberdade num pequeno formato, directo ao coração e ao pensamento. Uma espécie de bala certeira a rebentar nas manhãs do nosso pensamento, nas tardes solitárias ou nas noites propícias à preparação do mundo.
A liberdade num livrinho assim, como se fosse o coração inocente e puro, o mais perigoso e mais promissor, o mais de amanhã que é possível, dentro das impossibilidades históricas que sempre estiveram na génese de toda a ousadia que nos liberta."
João Artur Pinto, presidente da Labirinto, sublinha "esta singela publicação conquistou já o coração quer dos seus múltiplos colaboradores, quer o do publico, que tem aumentado em cada edição", cumprindo-se assim o papel da editora, no sentido de alicerçar, de lembrar e celebrar a arte poética.
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Máquina Royal de Pompeu Miguel Martins
de Pompeu Miguel Martins
Casa Fernando Pessoa, dia 6 de Julho, 18h30
Apresentação por Carlos Vaz e Catarina Nunes.
sexta-feira, 29 de junho de 2007
9ª FEIRA DO LIVRO
Comissão Organizadora da Feira do Livro
quarta-feira, 23 de maio de 2007
antologia poética "Um Poema Para Fiama"
Um Poema Para Fiama, será apresentada pela professora e escritora Maria Teresa Dias Furtado e da escritora Maria do Sameiro Barroso, organizadoras da obra.
Segundo Maria Teresa Dias Furtado que prefaciou Um Poema Para Fiama, "inscreve-se esta iniciativa editorial – entre muitas que certamente surgirão – num gesto sincero de homenagem à Obra Poética de Fiama Hasse Pais Brandão, que se destaca na Poesia Portuguesa como uma das maiores da segunda metade do século XX. Surge igualmente como manifestação espontânea de afecto neste momento de solidariedade e pesar, por já não a termos fisicamente entre nós.
Nesta altura em que os versos lidos, ouvidos e vividos por dentro, afluem à memória e ao coração, a reacção de muitos Autores que escrevem Poesia com preocupação de rigor, apresentou-se de imediato através do envio dos poemas que neste volume se publicam…"
O livro reúne ao longo das suas oitenta páginas, cinquenta e três inéditos dos seguintes autores: Alexandre Vargas, Anna Hatherly, Ana Marques Gastão, Angelina Costa Lima, António Graça Abreu, António José Queirós, António Salvado, Artur Coimbra, Carlos Vaz, Casimiro de Brito, Cláudia Storz, Daniel Gonçalves, Ernesto Rodrigues, Eva Christina Zeller, Fernando Guimarães, Fernando J. B. Martinho, Gisela Ramos Rosa, Gonçalo Salvado, Helena Carvalho Buesco, Henrique Manuel Bento Fialho, Inês Lourenço, Isaac Pereira, Isabel Cristina Pires, Jaime Rocha, Joana Ruas, João Ricardo Lopes, João Rui de Sousa, Joaquim Cardoso Dias, Jorge Listopad, Jorge Reis Sá, José Agostinho Baptista, José Félix Duque, José Manuel de Vasconcelos, José Tolentino Mendonça, Josiane Alfonsi, Luís Quintais, Maria Andresen, Maria do Sameiro Barroso, Maria João Fernandes , Maria João Reynaud , Maria Teresa Dias Furtado, Maria Teresa Horta, Paulinho Assunção, Pedro Eiras, Pompeu Miguel Martins, Regina Gouveia, Rita Taborda Duarte, Rui Costa, Ruy Ventura, Urbano Tavares Rodrigues, Valter Hugo Mãe, Victor Oliveira Mateus, Victor Oliveira Jorge e Maria Figueira da Silva, artista plástica, autora da pintura da capa.
terça-feira, 15 de maio de 2007
Teolinda Gersão apresenta o Livro de Ritmos (Editora Labirinto) de Maria Teresa Dias Furtado.
Leitura de poemas por Isabel Wolmar.
Entrada livre.
Casa Fernando Pessoa
Rua Coelho da Rocha, nº 16
1250-088 - Lisboa Portugal
Telf: + 351 21 391 32 75
www.mundopessoa.blogspot.com
Segundo M.T.D.F. os textos desta obra concentram-se num “conceito lato de ritmo, por um lado associado à música, por outro, ao pulsar da natureza e de cada acontecimento vivido directa ou indirectamente”. Podemos encontrar a chave para a leitura desta bela obra, compreendendo o uso da epígrafe de António Ramos Rosa, sobre a porta de entrada destes poemas: “O ritmo é um elemento essencial da construção porque é ele que a unifica e lhe proporciona a habitabilidade de um espaço”. Na verdade, geralmente definimos o ritmo, do latim rhythmu/rhythmos, como uma sequência regular de tempos fortes e tempos fracos, numa frase musical ou também como um movimento com sucessão regular de elementos fortes e fracos, e etc. Paradoxalmente o Livro de Ritmos são todos estes e - in aequo - também nenhum deles. Passo a explicar, o ritmo exterior das coisas da natureza, das “sonoridades do espaço”, brota de uma forma distinta na poesia, pois “cada coisa” tem a sua forma, por vezes silenciosa, de vibrar, quer através da cor quer pelo próprio som, contudo o ritmo principal da obra literária é principalmente o do som silencioso que nos aclama de um espaço interior, que nos chega “na vibração das imagens” e na “vibração das letras”. Sendo assim, a leitura tem, como vimos, uma fruição de ritmo interior, enquanto a música e os sons da natureza trazem a fruição exterior das coisas. A sonoridade, cadência ou vibração que M.T.D.F. procura é a que começa no silêncio imutável do espaço, uma vez que “o espaço é percorrido por passos sem rasto visível”, transfigurado na figura de um “rio”, ao longo destes poemas, rio esse que existe na conformidade do ser que está à escuta do espaço interior do mundo. No dizer da autora, “cada imagem cada som cada ruído pertencem à atenção de quem perscruta o mundo”, por isso “o rigor poético da imagem” fascina os seres que usam a poesia como instrumento para verem e ouvirem mais e melhor, já que “vê mais quem vê com o Poeta”.
Em jeito de conclusão podemos ainda referir que o Livro de Ritmos é, de uma forma sucinta, o ritmo da pronunciação do olhar sobre o som ou vibração interior de cada ser face ao seu poema
in: blog de Carlos Vaz
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Lançamentos da editora Labirinto na Casa Fernando Pessoa - Maio 2007
domingo, 6 de maio de 2007
Amantes da Neblina
Antes de mais, para se encontrarem as clareiras perdidas na neblina do mundo, é estritamente necessário um rosto cego, que despreze a linguagem gasta e, numa postura de entrega sem possessão, seja capaz de gerar, na diafonia dos dias, os espaços de clareza do afecto com as imagens do poema, da música ou da própria natureza.
Como a autora claramente pressagia na obra, a poesia é feita da mesma matéria de mutação dos ciclos da natureza, por originar a entropia da mudança para a luz. Aí, na potencialidade dos espaços agora abertos na neblina, gera-se o protopoema, como um impulso para a vida se revelar e o mundo se expandir na busca de sentidos.
Na névoa do mundo, o amante que procura a clareira, na sua forma cega de ver, adopta o silêncio gerado pelos espaços onde se revelam as imagens do poema, por isso, a poesia é um constante processo interior de procura, tal como a música e os ciclos da natureza. Ambas as formas espoletam o corpo de metamorfose dos seres que avançam pelo espaço da névoa que apaga o mundo, alimentando o afecto dos amantes com as imagens da luz, outrora escondida. Deste modo, a clareira por entre a neblina é, essencialmente, um corpo de fulgor e o amante é a figura de afecto e de entrega no espaço de fulgorização, gerado pela metamorfose, na procura constante de uma luminosidade capaz de expressar as essências escondidas do mundo.
A natureza desta luz não é a da claridade da ampulheta do dia e da noite, mas sim a própria matéria de que são feitas as metamorfoses das imagens e das figuras do amante. Assim, tal como as flores sofrem mutações para o belo, também os amantes do poema irrompem em transmudações, no encontro com as imagens poéticas capazes, por si só, de gerarem o silêncio, onde subsiste a restante vida, antes do poema, escondida na neblina
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Maria Teresa Dias Furtado, Maria do Sameiro Barroso e Cláudio Lima
quarta-feira, 18 de abril de 2007
CAPRICHO 43
CAPRICHO 43, última obra da "trilogia da experiência"
O romance Capricho 43, de Carlos Vaz, é um texto surpreendente, muito original, inovador e rico em conteúdo (…)
Estamos perante um texto em movimento, por vezes alucinante. O tanque onde a mãe lava roupa torna-se barco, nele embarcam mãe e filho, Goya e Newton. O narrador tem consciência explícita de que há um movimento textual, algo que acontece para além do real quotidiano, para depois a este regressar na parte final, em que se explicitam ilações acerca do que aconteceu até então (…)
Mas, independentemente destes suportes literários, Carlos Vaz ata os seus próprios nós no fio que escolhe, dialoga com as “cabeças” convocadas para a sua viagem textual, longe e perto do mundo, unindo razão e sonho, “arquitectando ilhas” com pontes de sentido entre si. A busca é textual, mas o mundo fica enriquecido.
Para além do posfácio de Maria Teresa Dias Furtado, a obra Capricho 43 conta ainda com um trabalho de capa do pintor Júlio Cunha.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
Feira do Livro de Braga
terça-feira, 3 de abril de 2007
Cecilia Bartoli
Há coisa de cinco anos atrás, Catarina ofereceu-me aquela que viria a ser uma das minhas óperas favoritas, a ópera Orfeo ed Eurídice de Haydn (não confundir com a de Gluck). Nesta peça de estrema beleza, Cecília Bartoli, com o papel de Eurídice, contracena com Uwe Heilmann, Orfeo, e Ildebrando D’Arcangelo, Creonte.
A voz de Bartoli ocupou imediatamente o devido espaço na minha memória sonora. De lá para cá, esta voz única enche os espaços vazios da casa com movimentos sonoros, porque o som move-se, e o prazer está exactamente no saber visualizar por onde o faz e que caminhos atravessa. Tornei-me fã desta meio-soprano, que supera qualquer timbre alguma vez produzido por outra voz humana. Nos últimos dias, cá em casa tenho revisitado muitos dos espaços musicais de Bartoli. A música é escutada nas alturas ao ponto de fazer tremer os objectos. Da casa física passou para a casa dos sonhos do sono.
Surgiu então a ideia de partilhar a voz, dedicando-lhe uma pequena “temporada”
breve anotação: de um modo geral os blogs têm recorrido muito ao vídeos do youtube, a verdade é que já não tenho muita paciência, por isso recorro pouco a este instrumento, mas por achar que esta actuação de Bartoli é, na verdade, um trabalho único, peço-vos que a visualizem até ao fim. Trata-se de um exercício de clamor imperdível, um exemplo singular de que a voz pode ser, também ela, um instrumento supra-humano
para ler: blog de Carlos Vaz
In Memorian
São poucas as palavras que nos levam às vezes à memória daqueles que de um momento para o outro nos abandonam. Ainda assim, é justo recordar a amizade e o valor desses rostos com quem nos cruzámos e de quem amiúde tirámos lições importantes, exemplos de pioneirismo e de coragem também.Conheci o Padre Flores quando leccionei na Escola de Revelhe pela primeira vez, em 2001. Homem sisudo e rude, com falas medidas, avaliando-me logo ali na entrada do edifício principal quando me fui apresentar, mas também logo ali abrindo o universo da escola, o cunho humano de cada canteiro impecavelmente tratado, a face muito limpa das paredes do edifício, o carácter animoso dos alunos da sua E. B. 2, 3.Com o tempo tornou-se-me claro que a liderança de Joaquim Flores se baseava no empreendedorismo e na forte convicção de que era absolutamente vital contrariar o destino traçado (frustrante) das crianças originárias de algumas das freguesias mais isoladas do Concelho. Era preciso bater em pedra e traduzir métodos eventualmente urbanos para métodos eficazes de trabalho. Custou-me muito, fui dos que num primeiro momento antipatizaram com a figura do Presidente do Conselho Executivo.Porém, tive a oportunidade de regressar à escola anos depois, em 2003. Voltei a apresentar-me, de novo senti o constrangimento de ir ao gabinete do Presidente, mas percebi também que algo havia mudado, sobretudo no trato pessoal. Havia já uma espécie de afectividade que aos poucos se me foi revelando. De resto, só a limpeza da escola e o aprumo dos jardins permaneciam iguais. Trabalhei com colegas e amigos criativos, entre os quais o Ricardo Cunha, o Aureliano Barata, o José Oliveira e a Alexandra Cunha, senti uma camaradagem inusitada, várias vezes conversei também com o líder, por sua sugestão visitei o Lar de Crianças e percebi a dimensão da sua obra, compreendi que por trás da fachada dura se resguardava uma pessoa meiga e profundamente preocupada com a desgraça social que é o abandono e a exclusão infantil.Em meados de Janeiro estive em Revelhe falei com um homem já profundamente abatido e dobrado pela doença. Senti aquela expressão de véspera que nunca se diz, mas que se pressente, que se expressa num abraço e num rosto onde os traços são de cansaço. Admirei sempre o modo como durante anos o Padre Flores travou a sua luta contra a morte, a maneira delicada de responder que ‘Estou bem, isto passa!’ e deixar um sorriso espantar as nuvens negras de um destino que seguramente o oprimiu nos últimos anos da sua vida.Inequivocamente é um exemplo de esforço e dedicação a Fafe. Como sempre acontece com homens de fibra, muitos terão as suas queixas (ou queixumes) relativamente ao temperamento do seu carácter, mas não deixarão de concordar que no miolo da sua personalidade existe um construtor, um poeta, um líder e um amigo, homem de palavra como poucos, pessoa que se perfilará como uma mente prática e cujo trabalho efectivo se repercute na vida de milhares de jovens, a quem foi dado outro destino, digamos outro rumo, a partir de áridos princípios, mas firmes e profundamente verdadeiros.
in: João Ricardo Lopes, blog Dias Desiguais
Afectos: Mulheres
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