segunda-feira, 28 de abril de 2008

“Uma extensa mancha de sonhos” da poeta Graça Pires.

No dia 19 de Abril, pelas 16h, realizou-se na Livraria Bulhosa, do Campo Grande, em Lisboa, mais uma iniciativa cultural da Editora Labirinto: o lançamento do livro “Uma extensa mancha de sonhos” da poeta Graça Pires. Esta autora conta já no seu curriculum com vários prémios literários, dos quais destacamos: o Prémio Revelação de Poesia da A.P.E. (1988), o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama (1993) e o Prémio Oliva Guerra (2004).

Ante uma sala quase cheia, começou por falar a Dra. Maria do Sameiro Barroso, representante da Editora Labirinto, e membro do seu Conselho Editorial, que felicitou a autora do livro por mais esta publicação e teceu algumas considerações acerca da Editora, que, dada a especificidade da relação de venda dos livros de poesia com o mercado em geral, se apresenta com um carácter de cooperativa de escritores como forma de veicular as vozes de alguns poetas. Passada que foi a palavra ao poeta João Rui de Sousa, este fez a apresentação propriamente dita do novo livro de Graça Pires, enfatizando as principais linhas força daquela que foi a sua leitura da obra em questão, bem como algumas das características desta poesia. Assim, João Rui de Sousa considerou, que a obra assentava em “dois travejamentos essenciais”: o facto de possuir uma “configuração discursiva”, assim como um “manifesto trabalho de despersonalização” da poeta, como forma de compreender e/ou interiorizar os “hipotéticos sentimentos e congeminações de um outro”. Ao assumir a personalidade de Dulcineia a autora imagina, também, um percurso, que, como todos os percursos, é dotado de “baixios” e “pontos luminosos”. Para João Rui de Sousa, o “perfil multifacetado e imprevisível de D. Quixote” encontra-se esparso na obra, por conseguinte vemo-lo como, visionário, herói e até poeta. Outro aspecto a que o apresentador da obra de Graça Pires deu particular relevo, foi ao pretérito remorso de Dulcineia, que, neste livro, só “tardiamente acaba por recolher, com ambas as mãos, toda a vasta mancha de sonhos de que se sente herdeira. Num segundo momento da sua exposição, João Rui de Sousa deteve-se ainda nas “intenções e estratégia de escrita destas lembranças de Dulcineia”, através das quais a poeta compõe o retrato do cavaleiro, assim como nos vários tópicos significativos do livro: o desalento, a mágoa, etc., que, não contraditoriamente, alternam com “numerosos sintomas de frescura, de luminosidade alusiva, de vitalidade”, desembocando estes últimos, por vezes, em imagens onde predomina o afectivo-corporal (a boca, os beijos, os lábios, as ancas, os ombros…), ou seja, esta inequívoca sensualidade, será, para Dulcineia, um modo de não deixar esquecer “o seu instinto de corporalidade, ainda que tardio” e é neste, e por este, movimento, que todo o percurso poético do livro, segundo João Rui de Sousa, atinge o seu ponto último, sempre através de uma poética que, “sendo de discreta arquitectura, está longe de ser simplista, e que, recusando a linearidade de um discurso meramente discritivo, opta por uma “expressão de cariz transfigurador, revelando-se que, nesta poesia, se encontram firmemente conciliadas a “segurança oficinal” e a “ajustada plasticidade metafórica”.

Num terceiro, e último, momento da sessão, alguns dos poetas presentes, num clima de franca cumplicidade poética e de solidariedade para com a autora do livro que se apresentava, fizeram uma leitura pública de alguns poemas do livro “Uma extensa mancha de sonhos”, assim, e por ordem alfabética, leram os poemas de Graça Pires os seguintes poetas ali presentes: João Rui de Sousa, Maria Augusta Silva, Maria do Sameiro Barroso e Victor Oliveira Mateus. E foi exactamente neste clima de partilha cultural, facto que parece já ser hábito instituído nas iniciativas da “Labirinto”, que a sessão teve o seu término.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

terça-feira, 15 de abril de 2008

JOSÉ AUGUSTO GONÇALVES LANÇA TERCEIRO LIVRO: PAIXÃO PELA VIDA I: A INTELIGÊNCIA

No passado dia quatro de Abril, pelas vinte e uma horas, o professor José Augusto Gonçalves, sob a chancela da editora Labirinto, lançou o seu terceiro livro, intitulado: PAIXÃO PELA VIDA I: A Inteligência. Esse evento decorreu no Auditório da Casa da Cultura – que estava lotado, de familiares, amigos, alunos e colegas de profissão.

Para além do professor José Augusto Gonçalves, a mesa foi constituída pelo Presidente da Editora Labirinto, João Artur Pinto e pelo Director da Casa da Cultura, doutor Artur Coimbra.

João Artur Pinto, para além de tecer alguns comentários, com a propósito, acerca deste autor e respectivo (novo) livro, aproveitou para enfatizar, e bem, os elevados contributos que esta editora tem vindo a proporcionar aos leitores, através das múltiplas e diversificadas publicações que tem levado a efeito.

O doutor Artur Coimbra, de forma entusiástica e muito sentida, apresentou o autor - quer enquanto escritor, quer enquanto professor, quer mesmo enquanto pessoa, de quem é amigo (como fez questão de enfatizar) há já longa data (desde a adolescência).

Sem demasiadas delongas em torno das temáticas do referido livro, este autor quer, acima de tudo, realçar que a questão da inteligência o tem vindo a ocupar e a preocupar, dado que, a este respeito, em seu entender, demasiados equívocos, senão mesmo falsidades, se têm vindo a escrever e até, quiçá, a ensinar. Desta forma, José Augusto Gonçalves, apesar de não olvidar que o terreno da problemática da inteligência é subjectivo, movediço, periclitante e até matreiro, e não esquecendo também que não se quer arvorar em inexpugnável perito neste assunto, pretende, a respeito do mesmo, "dar uma autêntica pedrada no charco", no que tange às questões da inteligência humana.

Este autor, entre muitas outras divagações, análises, reflexões, intuições, deduções e induções, pretendeu, neste livro, tentar dissecar (nunca de forma absoluta, radical e definitiva...) as duas questões seguintes:

Primeira questão: por que razão (ou razões...) poderemos sustentar - ainda que sem confirmação radical e definitiva - que a hereditariedade conta tanto ou mais do que o meio social, no que se reporta aos factores da inteligência?...

Segunda questão: pressupondo-se - ou até, por hipótese, confirmando-se - que uns, sem dúvida alguma (desde logo, sob o ponto de vista hereditário...), são mais inteligentes do que outros, haverá, mesmo assim, motivos plausíveis, razoáveis, sustentáveis e eivados de devastadora racionalidade para daí se deduzir que esses – os (ditos) mais aptos – podem (e devem) submeter ao seu domínio os (considerados) menos providos pela mãe natureza?!...

Por intermédio da leitura deste livro, este autor coloca, assim, nas mãos do leitor autênticos tiços a arder... Não que ele queira que o leitor se aflija, se perturbe, se queime. Sua intenção primordial é, bem ao invés, aquecer as noites frias que perpassam as florestas das nossas vidas...

Aproveitamos, a propósito, para referir alguns aspectos da biografia do professor José Augusto Gonçalves:

Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Mestre em Educação (na Área de "História da Educação e da Pedagogia") pela Universidade do Minho, é actualmente Professor do Quadro de Nomeação Definitiva da Escola Secundária de Fafe.

A sua actividade docente tem incluído, nestes últimos anos, a leccionação das disciplinas de "Filosofia" (10º e 11º anos); "Psicologia" (12º ano - diurno); "Filosofia" (Ensino Recorrente - curso nocturno); e "Psicologia e Filosofia" (desde o ano lectivo de 2006/2007 – uma disciplina nova na Escola Secundária de Fafe).

No capítulo da investigação, os seus principais centros de interesse residem nas temáticas relacionadas com Filosofia, Psicologia e Educação. A respeito desta última, destaque-se o seguinte:

Mestrado em Educação, na Universidade do Minho (concluído em 19/12/01), cujo tema da Dissertação foi intitulado: Para uma Escola Cidadã. Contributos da Obra de António Sérgio. Iniciou a elaboração de uma Tese de Doutoramento, acerca do seguinte tema: A Educação Cívica na Obra de António Sérgio. Para além desta, já lançou duas obras: Escola e Cidadania. Contributos para Repensar o Sistema de Ensino em Portugal (em parceria com o seu orientador do Mestrado, Doutor Manuel Barbosa, docente da Universidade do Minho); e A Educação Cívica Segundo António Sérgio: Sua Actualidade (somente da sua autoria). Publicou um (longo) artigo na Revista de Estudos Cooperativos (do Instituto António Sérgio - Sector Cooperativo), subordinado ao título (o mesmo da segunda obra referida): A Educação Cívica Segundo António Sérgio: Sua Actualidade. Tem também colaborado em alguns jornais, como por exemplo no Diário do Minho, onde já publicou (e durante oito quartas-feiras seguidas, em fascículos) um longo artigo acerca da concepção de educação cívica segundo António Sérgio – temática que, sobretudo desde o início da sua elaboração da Dissertação de Mestrado, muito o tem apaixonado.

Convite

Quem sou eu

Blog da editora labirinto: edições, livros, autores, notícias, novidades.