quarta-feira, 23 de maio de 2007

antologia poética "Um Poema Para Fiama"


No âmbito do Dia do Autor Português que se comemora no dia 22 de Maio, a Editora Labirinto deu à estampa a antologia poética Um poema Para Fiama, que será apresentada no próximo dia 25 de Maio, pelas 18h30, na Casa Fernando Pessoa – Rua Coelho da Rocha, n.º 16, Lisboa.
Um Poema Para Fiama, será apresentada pela professora e escritora Maria Teresa Dias Furtado e da escritora Maria do Sameiro Barroso, organizadoras da obra.

Segundo Maria Teresa Dias Furtado que prefaciou Um Poema Para Fiama, "inscreve-se esta iniciativa editorial – entre muitas que certamente surgirão – num gesto sincero de homenagem à Obra Poética de Fiama Hasse Pais Brandão, que se destaca na Poesia Portuguesa como uma das maiores da segunda metade do século XX. Surge igualmente como manifestação espontânea de afecto neste momento de solidariedade e pesar, por já não a termos fisicamente entre nós.
Nesta altura em que os versos lidos, ouvidos e vividos por dentro, afluem à memória e ao coração, a reacção de muitos Autores que escrevem Poesia com preocupação de rigor, apresentou-se de imediato através do envio dos poemas que neste volume se publicam…"

O livro reúne ao longo das suas oitenta páginas, cinquenta e três inéditos dos seguintes autores: Alexandre Vargas, Anna Hatherly, Ana Marques Gastão, Angelina Costa Lima, António Graça Abreu, António José Queirós, António Salvado, Artur Coimbra, Carlos Vaz, Casimiro de Brito, Cláudia Storz, Daniel Gonçalves, Ernesto Rodrigues, Eva Christina Zeller, Fernando Guimarães, Fernando J. B. Martinho, Gisela Ramos Rosa, Gonçalo Salvado, Helena Carvalho Buesco, Henrique Manuel Bento Fialho, Inês Lourenço, Isaac Pereira, Isabel Cristina Pires, Jaime Rocha, Joana Ruas, João Ricardo Lopes, João Rui de Sousa, Joaquim Cardoso Dias, Jorge Listopad, Jorge Reis Sá, José Agostinho Baptista, José Félix Duque, José Manuel de Vasconcelos, José Tolentino Mendonça, Josiane Alfonsi, Luís Quintais, Maria Andresen, Maria do Sameiro Barroso, Maria João Fernandes , Maria João Reynaud , Maria Teresa Dias Furtado, Maria Teresa Horta, Paulinho Assunção, Pedro Eiras, Pompeu Miguel Martins, Regina Gouveia, Rita Taborda Duarte, Rui Costa, Ruy Ventura, Urbano Tavares Rodrigues, Valter Hugo Mãe, Victor Oliveira Mateus, Victor Oliveira Jorge e Maria Figueira da Silva, artista plástica, autora da pintura da capa.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Dia 18 de Maio, 18h30
Teolinda Gersão apresenta o Livro de Ritmos (
Editora Labirinto) de Maria Teresa Dias Furtado.
Leitura de poemas por Isabel Wolmar.

Entrada livre.

Casa Fernando Pessoa
Rua Coelho da Rocha, nº 16
1250-088 - Lisboa Portugal
Telf: + 351 21 391 32 75
www.mundopessoa.blogspot.com

Livro de Ritmos, de Maria Teresa Dias Furtado, é uma colectânea de poesia escrita durante de 2002 e 2003 e que a autora edita agora pela Labirinto.
Segundo M.T.D.F. os textos desta obra concentram-se num “conceito lato de ritmo, por um lado associado à música, por outro, ao pulsar da natureza e de cada acontecimento vivido directa ou indirectamente”. Podemos encontrar a chave para a leitura desta bela obra, compreendendo o uso da epígrafe de António Ramos Rosa, sobre a porta de entrada destes poemas: “O ritmo é um elemento essencial da construção porque é ele que a unifica e lhe proporciona a habitabilidade de um espaço”.
Na verdade, geralmente definimos o ritmo, do latim rhythmu/rhythmos, como uma sequência regular de tempos fortes e tempos fracos, numa frase musical ou também como um movimento com sucessão regular de elementos fortes e fracos, e etc. Paradoxalmente o Livro de Ritmos são todos estes e - in aequo - também nenhum deles. Passo a explicar, o ritmo exterior das coisas da natureza, das “sonoridades do espaço”, brota de uma forma distinta na poesia, pois “cada coisa” tem a sua forma, por vezes silenciosa, de vibrar, quer através da cor quer pelo próprio som, contudo o ritmo principal da obra literária é principalmente o do som silencioso que nos aclama de um espaço interior, que nos chega “na vibração das imagens” e na “vibração das letras”. Sendo assim, a leitura tem, como vimos, uma fruição de ritmo interior, enquanto a música e os sons da natureza trazem a fruição exterior das coisas. A sonoridade, cadência ou vibração que M.T.D.F. procura é a que começa no silêncio imutável do espaço, uma vez que “o espaço é percorrido por passos sem rasto visível”, transfigurado na figura de um “rio”, ao longo destes poemas, rio esse que existe na conformidade do ser que está à escuta do espaço interior do mundo. No dizer da autora, “cada imagem cada som cada ruído pertencem à atenção de quem perscruta o mundo”, por isso “o rigor poético da imagem” fascina os seres que usam a poesia como instrumento para verem e ouvirem mais e melhor, já que “vê mais quem vê com o Poeta”.
Em jeito de conclusão podemos ainda referir que o Livro de Ritmos é, de uma forma sucinta, o ritmo da pronunciação do olhar sobre o som ou vibração interior de cada ser face ao seu poema


in: blog de Carlos Vaz

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Lançamentos da editora Labirinto na Casa Fernando Pessoa - Maio 2007

[Sextas-feiras, às 18h30]
Dia 11 "Os Amantes da Neblina", de Maria do Sameiro Barroso.
Apresentação: Maria Teresa Dias Furtado.Leitura: Isabel Wolmar.
Dia 18 "Livro de Ritmos", de Maria Teresa Dias Furtado.
Apresentação: Teolinda Gersão.Leitura: Isabel Wolmar.
Dia 25 "Um Poema para Fiama" (antologia organizada por Maria Teresa Dias Furtado e Maria do Sameiro Barroso)
Apresentação pelas organizadoras.Leitura pelos poetas presentes que colaboraram no livro.
Entrada livre

domingo, 6 de maio de 2007

Amantes da Neblina

no livro Amantes da Neblina, Maria do Sameiro Barroso demonstra as experiências do seu pensamento literário, ao trazer para a escrita a atitude do poeta como um inventor do desconhecido. Nos seus versos, facilmente perscrutamos que não é no existencialismo onde se inscreve o saber último, mas sim na restante vida impossibilitada de subsistir pela constante falta de metamorfose do ser. A restante vida alberga-se num espaço onde a matéria perde consistência, abrindo espaços ignotos, capazes de originarem o encontro com a luz.
Antes de mais, para se encontrarem as clareiras perdidas na neblina do mundo, é estritamente necessário um rosto cego, que despreze a linguagem gasta e, numa postura de entrega sem possessão, seja capaz de gerar, na diafonia dos dias, os espaços de clareza do afecto com as imagens do poema, da música ou da própria natureza.

Como a autora claramente pressagia na obra, a poesia é feita da mesma matéria de mutação dos ciclos da natureza, por originar a entropia da mudança para a luz. Aí, na potencialidade dos espaços agora abertos na neblina, gera-se o protopoema, como um impulso para a vida se revelar e o mundo se expandir na busca de sentidos.
Na névoa do mundo, o amante que procura a clareira, na sua forma cega de ver, adopta o silêncio gerado pelos espaços onde se revelam as imagens do poema, por isso, a poesia é um constante processo interior de procura, tal como a música e os ciclos da natureza. Ambas as formas espoletam o corpo de metamorfose dos seres que avançam pelo espaço da névoa que apaga o mundo, alimentando o afecto dos amantes com as imagens da luz, outrora escondida.
Deste modo, a clareira por entre a neblina é, essencialmente, um corpo de fulgor e o amante é a figura de afecto e de entrega no espaço de fulgorização, gerado pela metamorfose, na procura constante de uma luminosidade capaz de expressar as essências escondidas do mundo.
A natureza desta luz não é a da claridade da ampulheta do dia e da noite, mas sim a própria matéria de que são feitas as metamorfoses das imagens e das figuras do amante. Assim, tal como as flores sofrem mutações para o belo, também os amantes do poema irrompem em transmudações, no encontro com as imagens poéticas capazes, por si só, de gerarem o silêncio, onde subsiste a restante vida, antes do poema, escondida na neblina
in: blog de Carlos Vaz

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